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Quando se fala em futebol brasileiro, a paixão pelo esporte é incontestável. No entanto, fora das quatro linhas, muitos clubes enfrentam graves problemas financeiros. Segundo levantamento da consultoria Sports Value, com dados atualizados até maio de 2025, os números impressionam e revelam uma dura realidade. A seguir, veja o ranking dos clubes mais endividados do Brasil, do 10º ao 1º colocado, com uma análise mais profunda sobre os motivos e impactos dessas dívidas.
10. Fluminense – R$ 632,8 milhões

O Fluminense é um dos clubes mais tradicionais do Rio de Janeiro, mas também um dos que mais sofrem com a instabilidade financeira. Boa parte da dívida está relacionada a encargos trabalhistas, débitos fiscais e altos custos operacionais. A administração tem apostado em parcerias e na formação de atletas da base para gerar receitas.
9. Santos – R$ 645,2 milhões

Famoso por revelar craques como Pelé e Neymar, o Santos hoje enfrenta dificuldades financeiras graves. A falta de receitas recorrentes e a baixa eficiência na venda de atletas contribuíram para esse cenário. Além disso, contratações mal planejadas e troca frequente de gestões agravam o problema.
8. Bahia (SAF) – R$ 821 milhões

Mesmo após se transformar em Sociedade Anônima do Futebol, o Bahia ainda herda dívidas da gestão anterior. As pendências fiscais e trabalhistas ainda impactam as contas do clube. Com o Grupo City assumindo a operação esportiva, há expectativa de que a gestão mais profissional traga alívio financeiro a médio prazo.
7. Palmeiras – R$ 825,3 milhões

Foto: Marcos Corrêa/PR
Embora seja um dos clubes mais vitoriosos da última década e conte com patrocinadores fortes, como a Crefisa, o Palmeiras acumula dívidas ligadas a investimentos pesados em estrutura (como o Allianz Parque), elencos competitivos e altos salários. Ainda assim, a gestão palmeirense é vista como equilibrada, com capacidade de pagamento robusta.
6. Internacional – R$ 834,8 milhões

O Internacional acumula um dos maiores passivos do Sul do país. Suas dívidas estão ligadas a contratos antigos com jogadores, encargos sociais e gastos com infraestrutura. A diretoria atual busca renegociar débitos e aumentar receitas com bilheteria e marketing. Entretanto, ainda há um longo caminho até o equilíbrio pleno.
5. São Paulo – R$ 852,9 milhões

Com três títulos mundiais e uma história gloriosa, o São Paulo vive um dos momentos mais desafiadores fora de campo. Grande parte das dívidas tem origem em gestões anteriores, com contratações caras e pouca transparência. O clube tem apostado na base e na contenção de gastos para tentar retomar a estabilidade financeira.
4. Vasco da Gama (SAF) – R$ 928,5 milhões

Com uma dívida próxima de R$ 1 bilhão, o Vasco se viu obrigado a virar SAF e ceder 70% de suas operações à 777 Partners. A empresa americana passou a controlar o futebol do clube, prometendo investimentos e profissionalização. No entanto, o passivo ainda pressiona o fluxo de caixa e a reconstrução depende de tempo e planejamento.
3. Cruzeiro (SAF) – R$ 981,1 milhões

O caso do Cruzeiro é emblemático. Após anos de gestão desastrosa, o clube chegou à Série B com uma dívida bilionária. Ronaldo comprou a SAF cruzeirense e passou a cortar gastos e renegociar dívidas. Houve avanços, mas o valor ainda é expressivo, principalmente pelas obrigações de curto prazo.
2. Atlético Mineiro (SAF) – R$ 1,4 bilhão

O Galo apostou alto em contratações e em sua nova arena, gerando um passivo impressionante. Mesmo com um forte grupo de investidores e a criação de sua SAF, o clube ainda sofre com desequilíbrio entre receitas e despesas. O desafio é fazer o projeto da Arena MRV gerar caixa suficiente para aliviar a pressão.
1. Corinthians – R$ 1,9 bilhão

O Timão lidera o ranking com folga. As dívidas são concentradas principalmente na construção da Arena Itaquera, que foi financiada com um modelo polêmico envolvendo a Caixa Econômica e o BNDES. Além disso, gestões questionáveis, folha salarial alta e falta de planejamento agravam a situação. O clube tem negociado com credores, mas a resolução completa ainda parece distante.
Análise Final
O endividamento dos clubes mais endividados do Brasil é um reflexo de anos de gestões ineficientes, falta de transparência e dependência excessiva de resultados esportivos para manter o fluxo de caixa. A entrada das SAFs surge como um caminho de recuperação, mas também exige responsabilidade e visão de longo prazo. Enquanto isso, o torcedor segue apaixonado, mas cada vez mais consciente da importância da boa administração nos bastidores do futebol.
A evolução dos próximos anos será decisiva para sabermos se as mudanças estruturais trarão o equilíbrio que os clubes mais endividados do Brasil tanto precisam.
Ranking Completo dos Clubes Mais Endividados do Brasil em 2024 (Atualizado até Maio de 2025)
Posição | Clube | Dívida Total (R$) | Tipo de Gestão |
---|---|---|---|
1º | Corinthians | R$ 1,9 bilhões | Tradicional |
2º | Atlético-MG (SAF) | R$ 1,4 bilhões | SAF |
3º | Cruzeiro (SAF) | R$ 981,1 milhões | SAF |
4º | Vasco (SAF) | R$ 928,5 milhões | SAF |
5º | São Paulo | R$ 852,9 milhões | Tradicional |
6º | Internacional | R$ 834,8 milhões | Tradicional |
7º | Palmeiras | R$ 825,3 milhões | Tradicional |
8º | Bahia (SAF) | R$ 821 milhões | SAF |
9º | Santos | R$ 645,2 milhões | Tradicional |
10º | Fluminense | R$ 632,8 milhões | Tradicional |
11º | Botafogo (SAF) | R$ 590,1 milhões | SAF |
12º | Grêmio | R$ 560,7 milhões | Tradicional |
13º | Atlético-GO | R$ 424,9 milhões | Tradicional |
14º | Coritiba (SAF) | R$ 389,2 milhões | SAF |
15º | Fortaleza | R$ 378,3 milhões | Tradicional |
16º | América-MG | R$ 347,5 milhões | Tradicional |
17º | Ceará | R$ 331,6 milhões | Tradicional |
18º | Avaí | R$ 292,4 milhões | Tradicional |
19º | Chapecoense | R$ 263,9 milhões | Tradicional |
20º | Goiás | R$ 255,8 milhões | Tradicional |
Fonte: Sports Value (dados atualizados até maio de 2025). Acesse Aqui!